A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pediu ao presidente Jair Bolsonaro, por motivos de segurança, que parasse de utilizar o mensageiro WhatsApp para tratar de assuntos oficiais relacionados ao governo do país. Usuário assíduo do aplicativo, o governante optou por ignorar a recomendação e segue se comunicando com seus ministros, autoridades, governadores e outros servidores públicos.
A Abin disponibiliza um aparelho celular exclusivo para autoridades que tratam de assuntos do interesse público, o TCS: Terminal de Comunicação Segura. Ele é um dispositivo criptografado que foi desenvolvido para proteger o presidente, o governo e o país.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, Bolsonaro prefere não utilizar o TCS e segue se comunicando através de um smartphone comum. A preocupação da Abin é a vulnerabilidade desse tipo de aparelho, predisposto a diversas falhas e possíveis invasões.
O principal problema do presidente com relação ao TCS é que ele não aceita a instalação do WhatsApp, nem do Twitter – principal canal de comunicação oficial do governo atualmente. O Instagram também não é permitido. O dispositivo não aceita a instalação desses aplicativos pois eles estão sujeitos a falhas que poderiam afetar a segurança do presidente.
Ainda de acordo com a Folha, o uso do WhatsApp “é visto com reserva por integrantes do setor de inteligência do Palácio do Planalto”, cujos integrantes acreditam que o aplicativo não seja seguro o suficiente para garantir o sigilo das mensagens trocadas.
Apesar de o WhatsApp contar com uma tecnologia de criptografia de ponta a ponta que garante a segurança das mensagens, existem os mais diversos métodos criminosos que permitem a leitura do que é dito por lá. É importante lembrar que o presidente de um país seria um alvo bastante visado.
Sobre o caso, o porta-voz do governo, Otávio Santana do Rêgo Barros, disse que Bolsonaro “utiliza para o envio de mensagens informais. Em relação aos assuntos que exigem reserva, ele opta pelos meios de comunicação da Presidência da República”.