Em muitas culturas da região amazônica, é consumido um preparado conhecido como ayahuasca, entre outros nomes. A bebida promete elevar a consciência do usuário até esferas superiores, onde ele poderia conversar com deuses, divindades e espíritos a fim de obter favores e orientação. Mas será que é realmente seguro utilizar um alucinógeno tão potente para fins religiosos?
A bebida nada mais é do que um chá preparado a base de duas plantas, a chacrona e o cipó de mariri. Seu nome vem do idioma quéchua, falado no Peru, e significa algo como “chá dos ancestrais”, em tradução livre. O líquido tem uma cor marrom escura e seu gosto é descrito como extremamente amargo. Não raro, provoca náusea e vômitos em quem consome, principalmente nas primeiras vezes, mas alguns conseguem alterar a consciência e afirmam ver e conversar com entidades fora do mundo físico.
Trata-se de um alucinógeno muito potente e só tem seu uso liberado no Brasil para fins religiosos. A ayahuasca é também chamada de “daime” ou “santo-daime”, nome de um dos cultos religiosos que fazem uso da bebida. As “viagens” proporcionadas pela bebida variam muito de acordo com o estado mental de quem consome, resultando em alucinações agradáveis ou nas chamadas “bad trips”, que costumam ser bem pesadas.
Riscos à saúde
Mestre Irineu, o fundador do santo-daime, dizia quem “o daime é para todos, mas nem todos são para o daime” e isso parece estar de acordo com o que os psiquiatras afirmam. A ayahuasca possui substâncias como a n-dimetiltriptamina (DNT) e inibidores da monoamina oxidase, que agem diretamente no sistema nervoso central e são os responsáveis pelas alucinações, ou “mirações”, como os adeptos chamam.
Por outro lado, as plantas usadas no preparo da ayahuasca estão sendo constantemente estudadas por suas propriedades medicinais, podendo vir a ajudar em tratamentos para doenças psiquiátricas, afinal, a diferença entre o remédio e o veneno realmente pode ser apenas a dose.