Há uma espécie de lenda urbana de que os smartphones e celulares escutam as conversas que temos perto deles. Um estudo resolveu provar de uma vez por todas se isso é verdade. Segundo os boatos, informações captadas através do microfone do aparelho seriam usadas para o direcionamento de campanhas publicitárias e conteúdo em geral, principalmente nas redes sociais acessadas através do mesmo celular.
Especialistas da empresa britânica de comunicações Wandera resolveram fazer a prova. Dois aparelhos foram usados, um rodando o sistema iOS, da Apple, enquanto o outro funcionava com um Android, do Google. Eles foram colocados em uma sala com isolamento acústico onde eram reproduzidos sons de propagandas de alimentos para cães e gatos. Todas as permissões de acesso a informações dos celulares estavam ativadas.
O teste foi repetido por 3 vezes e os especialistas monitoraram também a atividade da bateria dos aparelhos, bem como da transferência de dados. Em uma observação mais simples, eles vasculharam as principais redes sociais instaladas e abertas durante o teste e não encontraram nenhuma quantidade de anúncios relevantes relacionado ao tema dos áudios. Também não foi observada nenhuma alteração no funcionamento da bateria e na quantidade de dados transferidos.
Entre outras análises, os pesquisadores também compararam a transferência de dados no momento em que assistentes como o do Google ou a Siri, da Apple, estão em funcionamento. Dessa forma, foi possível determinar que os celulares não escutam nada se os assistentes estão desligados.
Espionagem
As empresas de tecnologia e redes sociais vêm negando de forma veemente qualquer acusação de que estariam fazendo os celulares escutar conversas. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook e dono do Instagram e WhatsApp, foi diretamente questionado sobre isso no tribunal dos Estados Unidos e negou que qualquer escuta seja feita.
A verdade, segundo os especialistas, é que as empresas possuem técnicas mais sofisticadas para adquirir informações dos usuários do que colocar uma escuta ou grampo em nossos telefones. Contatos e pesquisas em redes sociais, localização e hábitos de uso do aparelho, incluindo até um rastreamento de pixels por onde o dedo passa na tela touchscreen estão entre os métodos mais eficazes e menos óbvios para conseguir direcionar publicidade.