Morreu o médico oftalmologista chinês Li Wenliang. Ele foi o primeiro profissional da área a alertar para o perigo de uma epidemia do coronavírus.
No entanto, antes que o vírus se espalhasse a partir da cidade de Wuhan, os alertas de Wenliang foram rechaçados pelo governo chinês, que o acusou de estar divulgando informações falsas. Ele chegou a ser investigado pela polícia.
O Dr. Wenliang tinha 34 anos e trabalhava como oftalmologista. Ele começou a perceber que estava aumentando o número de pessoas internadas com os mesmos sintomas no hospital onde ele trabalhava.
Esses sintomas eram similares aos da Síndrome Respiratória Aguda Grave, (SARs-CoV), que afetou a China no início do século.
O médico começou a repassar informações a colegas de profissão e logo a história chegou até a mídia. Wenliang e outros médicos foram investigados pela polícia e forçados a assinar um documento que os proibia de divulgas informações, que eram consideradas falsas pelo governo chinês.
O próprio Dr. Wenliang acabou infectado com o coronavírus após atender uma paciente que portava a doença.
Ele começou a relatar os sintomas nas redes sociais no início de janeiro e seu quadro piorou de forma rápida, vindo ele a falecer em 6 de fevereiro de 2020, no Hospital Central de Wuhan, província de Hebei, China.
OMS e pedidos de desculpas
Um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a lamentar a morte do Dr. Li Wenliang.
No horário em que a notícia chegou, o diretor executivo da organização, Mike Ryan, discursava sobre a epidemia de coronavírus. Ele citou a morte do médico chinês e alguns veículos de mídia do país chegaram a desmentir a informação, que era real.
Ainda em vida, Wenliang afirmou que o governo chinês havia lhe enviado uma carta, pedindo desculpas pela investigação policial e por não ter levado a sério seus alertas. O governo assumiu que foi negligente nos estágios iniciais do trato com a epidemia.