A Polícia Civil do Acre encontrou dois móveis do estudante Bruno Borges, do Acre, na casa de um amigo do rapaz, Mário Gaiote. O rack e a cama localizados eram de Bruno, que ganhou notoriedade internacional após ter desaparecido e deixado em seu quarto apenas uma estátua de dois metros, 14 livros criptografados e mensagens nas paredes.
Marcelo Ferreira, outro amigo de Bruno Borges, foi preso nesta quarta-feira (31), em Rio Branco. O motivo da detenção não foi revelado formalmente, mas o delegado disse que Ferreira foi visto com uma porção de maconha e omitiu informações sobre o caso relacionado a Bruno.
Foram encontrados, ainda, contratos deixados por Bruno Borges, destinando parte da venda de seus livros para Marcelo Ferreira, Mário Gaiote e um primo de Bruno, Eduardo Borges. O delegado afirma que o desaparecimento foi planejado. “No dia que o Bruno some, ele foi no cartório e registra o contrato. Então, para nós fica muito contundente que não foi um desaparecimento qualquer, na verdade, foi um plano consciente de afastamento”, disse.
O oficial complementa: “O contrato mostra que há prazo para divulgação desses livros, prazo para publicação, destinação de porcentagem para quem o ajudou, no caso, essas três pessoas que o ajudaram de imediato. Para nós, está muito claro isso”.
Pelo Facebook, a irmã de Bruno Borges, Gabriela, disse que a família já sabia do contrato. “Isso nunca nos disse muita coisa a respeito. Até porque, para que os planos do Bruno deem certo, ele precisa de dinheiro. Afinal, não dá pra construir hospitais e ajudar quem precisa só com amor no coração”, afirmou.
Relembre o caso
Bruno de Melo Silva Borges, de 24 anos, está desaparecido desde o último dia 27 demarço. O caso ganhou repercussão nacional – e internacional – com a publicação de um vídeo não autorizado mostrando o cenário encontrado no quarto do jovem.
Estudante de psicologia, Bruno foi visto pela última vez durante um almoço de família às 14h, na cidade de Rio Branco, no Acre. No cômodo, foram encontrados 14 livros criptografados escritos à mão por ele mesmo, paredes cobertas por mensagens, símbolos gnósticos e uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600) orçada em R$ 7 mil.
Em entrevista cedida ao G1, a mãe de Bruno, Denise Borges, afirmou que o filho trabalhava em seus livros há algum tempo e havia pedido ajuda financeira para custear a produção. A mulher propôs financiar os livros caso a temática fosse compartilhada com ela, mas ele não aceitou.
Após alguns encontros e debates sobre os livros, o médico oftalmologista Eduardo Borges, primo de Bruno, decidiu custear a produção dos livros e transferiu a quantia de R$ 20 mil para a conta do jovem.