Cientistas descobrem que o Parkinson começa pelo apêndice

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O apêndice é um órgão vestigial do nosso corpo que, como sabemos, pode causar transtornos para algumas pessoas por conta da famosa apendicite. Mas de acordo com um novo estudo, quem já precisou retirá-lo tem menos chances de desenvolver Mal de Parkinson. Entenda mais abaixo.

Neste estudo, feito por pesquisadores americanos, foi revelado que pessoas que fizeram a remoção do apêndice possuem de 20% a 25% menos chances de desenvolver o Mal de Parkinson. Além disso, também descobriram que algumas proteínas associadas com a doença estão presentes no órgão vestigial e outras partes do sistema digestivo, algo que já havia sido evidenciado em pesquisas anteriores.

Pesquisadores do instituto Van Andel Research, no estado americano de Michigan, analisaram os dados de 1,6 milhão de pessoas do Registro Nacional de Pacientes Suecos. E notaram que a incidência do Mal de Parkinson foi 19% menor em pessoas que fizeram a remoção do apêndice.

Vale ressaltar que a relação ocorreu em pacientes que retiraram o órgão vestigial antes de apresentar os primeiros sintomas de Parkinson. Para aqueles que fizeram a retirada após os sinais iniciais da doença, não houve qualquer reversão do quadro.

E no caso de pessoas que vivem em áreas rurais, esse número aumentou para 25%.

“Apesar de ter a reputação de ser desnecessário, o apêndice possui um papel importante em nosso sistema imune, ao regular nossas bactérias presentes no intestino e agora, conforme retratado em nosso trabalho, na doença de Parkinson” revelou Viviane Labrie, do instituto Van Andel Research.

No entanto, a descoberta não chega a ser uma grande novidade no meio científico. Como dito acima, outros estudos já haviam notado que o sistema digestivo poderia ser a porta de entrada para o desenvolvimento do Mal de Parkinson.

O motivo é a presença da proteína alfa-sinucleína, que no novo estudo, foi detectada no apêndice. Ela seria capaz de viajar do trato gastrointestino até o cérebro, e a partir daí, contribuir para a destruição das células nervosas.

O estudo acaba de ser publicado na revista Science Translational Medicine.



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