Com a atual pandemia do coronavírus por todo o planeta, informações falsas – as famosas fake news – e boatos a respeito do patógeno começaram a surgir em vários cantos do mundo. Uma das mais recentes e absurdas afirma que a cocaína, considerada uma droga ilegal, seria capaz de matar o vírus.
O boato teria surgido a partir do Facebook, a partir de uma foto com um pouco de cocaína, seguida da seguinte manchete: “cocaína mata o coronavírus”. Por mais que soasse absurda, essa história logo tomou grandes proporções da França e fez muitos cidadãos acreditarem nessa história. Tanto que o Ministério de Assuntos Sociais e Saúde de Paris teve de intervir e afirmar que essa era mais uma fake news sobre o tema.
Cocaína mata o coronavírus?
O portal Uol conversou com a infectologista Rosana Ritchmann, que faz parte do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Ela garante que esse boato é “absurdo.”
“Esta é a primeira vez que ouço falar disso, nunca vi nada do tipo. Pela minha ótica, não passa fake news, beira o absurdo. Não sei de onde veio e quem veiculou, mas é um desserviço, em especial pelo momento que passamos”, disse.
O Ministério da Saúde disse que não indica cocaína ou qualquer outra droga para tratar a doença e lembra que por enquanto, ela ainda não tem um tratamento.
Pandemia declarada
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira (11), pandemia para a Covid-19 – infecção causada pelo novo coronavírus.
Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O termo é utilizado quando uma epidemia – grande surto que afeta uma região – se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. Atualmente, há mais de 115 países com casos declarados da infecção.
Ao caracterizar a Covid-19 como uma pandemia, Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o termo não deve ser usado de forma leviana.
“Pandemia não é uma palavra a ser usada de forma leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, declarou.