Em dezembro, a Covid-19 vitimou o maior número de brasileiros desde o mês de setembro. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, que se baseiam em informações divulgadas pela secretarias estaduais de saúde.
Segundo o consórcio, do dia 1º de dezembro até às 13h de terça-feira (29), 18.570 pessoas morreram no Brasil em decorrência da doença. É o maior número de mortes pela Covid-19 desde setembro, que teve 22.371 óbitos.
Para efeito de comparação, outubro e novembro tiveram 16.016 e 13.263 mortes, respectivamente.
É a primeira vez desde julho que um mês registra mais óbitos que o anterior.
Para o G1, o físico Domingos Alves, do Laboratório de Inteligência em Saúde da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, afirmou que esse aumento no número de mortes em dezembro já é uma consequência de uma segunda onda da Covid-19 no país.
“A segunda onda já se impôs desde final de outubro. É óbvio que tenhamos um acréscimo no número de óbitos, em dezembro – que ainda não acabou –, muito maior que em novembro”, afirmou.
Alves também acredita que o mês de janeiro deve ter números ainda mais elevados de óbitos.
“Para janeiro, esses dados vão se agravar. Nós vamos ter uma mortalidade por Covid aqui no Brasil não vista até agora na pandemia. O número de óbitos vai explodir”, afirmou.
Quem também compartilha do mesmo pensamento é a enfermeira epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Também para o G1, a profissional lembrou que o cansaço da população com relação às medidas de prevenção contra o coronavírus contribuiu para o aumento desses números.
“Isso está muito relacionado a esse cansaço das pessoas. O vírus não se cansou da gente. Nós podemos ter cansado dele, mas ele não cansou. Ele se adaptou melhor – fez mutações que deram a ele uma capacidade maior de transmissão”, afirmou.
Vale lembrar que novas cepas do coronavírus foram encontrados em alguns países, como Reino Unido e África do Sul, que podem ser mais contagiosas que o “original.”
Maciel também acredita que esse aumento é uma decorrência de aglomerações anteriores, como os feriados de 12 de outubro e 2 de novembro e o período de eleições municipais.