Crânio de Luzia é encontrado nos escombros do Museu Nacional

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A direção do Museu Nacional anunciou que encontrou o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, com cerca de 11 mil anos, na última sexta-feira (19).

O anúncio foi feito pela arqueóloga Cláudia Rodrigues, que coordena a escavação dos escombros do museu, que pegou fogo no dia 2 de setembro.

Claudia informou que o crânio sofreu alterações em razão do incêndio, que consumiu a maior parte do acervo de 20 milhões de itens.

“Nós conseguimos recuperar o crânio de Luzia. É claro que, em virtude do acontecimento, ele sofreu alterações, tem alguns danos. Mas nós estamos comemorando”, disse a arqueóloga. “O crânio foi encontrado fragmentado, e a gente vai trabalhar na reconstituição. Pelo menos 80% dos fragmentos foram identificados.”

Quem foi Luzia

O crânio carinhosamente batizado de Luzia pelos pesquisadores foi encontrado na região de Lagoa Santa, a cerca de 50 quilômetros de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, ainda na década de 70. É considerada a habitante mais antigas das Américas.

Luzia viveu há mais de 10 mil anos e o estudo de seus ossos permitiu que entendêssemos melhor nossas origens e como a humanidade se desenvolveu do lado de cá do planeta, até chegar ao ponto em que se encontrava quando os conquistadores europeus chegaram por aqui.

Estudos posteriores traçaram sua idade, aproximadamente 11 mil anos, mas foi através da genética que Luzia revolucionou o modo como se entende a chegada dos seres humanos ao continente americano.

Fisicamente, Luzia tinha poucas das características que hoje conhecemos como tipicamente indígenas. Na verdade, o formato de seu crânio e outras análises a colocam muito mais próxima de povos da África ou de aborígenes da Austrália e de algumas ilhas do oceano Pacífico. Basicamente, Luzia era uma mulher negra.

A principal hipótese difundida no meio científico hoje é que o povo de Luzia, chamado pelos pesquisadores de “paleoíndios”, tenha chegado à América através do Estreito de Bering, que há 15 mil anos podia ser atravessado a pé. Eles seriam basicamente os primeiros Homo sapiens que surgiram na África e se espalharam por toda a Ásia e atingiram a América pelo norte, descendo até o cone sul.

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