Todo mundo já viu em filmes e desenhos a figura de um dinossauro com o pescoço bastante longo. O que não se sabia é que provavelmente esses animais se originaram no Brasil. O mais antigo fóssil de um animal desse tipo foi descoberto no Rio Grande Sul, o que indica que todos os “pescoçudos” podem ter suas origens traçadas ao continente da América do Sul.
A nova espécie, batizada de Macrocollum itaquii, foi descoberta por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul e também da Universidade de São Paulo. Os restos estão localizados na cidade gaúcha de Agudo e compõem os esqueletos de 3 indivíduos, com idade estimada em aproximadamente 225 milhões de anos, datando da Era Mesozoica.
Os fósseis possuem cerca de 3,5 metros de comprimento e são os mais antigos já descobertos do gênero saurópode, que consiste basicamente nos dinossauros pescoçudos. “O que mais chama a atenção nesses animais é o pescoço bastante longo. Esta é uma das principais características do grupo de dinossauros que inclui os gigantes pescoçudos, os saurópodes, como Brachiosaurus e Apatosaurus”, explica o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, da Universidade de São Paulo.
Müller afirma que os fósseis datam de um período onde os dinossauros ainda não dominavam o planeta como fariam milhões de anos depois, o que ajuda a entender melhor a origem dos répteis gigantes.
As vantagens do pescoço longo
Se o enorme pescoço conferia uma aparência curiosa aos animais, ele também representava uma vantagem naquela época, especialmente para dinossauros herbívoros, como era o caso do Macrocollum itaquii. Provavelmente o órgão se desenvolveu para auxiliá-los a alcançar as folhas mais altas das árvores, conferindo vantagem em relação a outros animais na disputa por comida.
O “truque” dos pescoçudos foi bem sucedido. Segundo os cientistas, em um intervalo de tempo de 8 milhões de anos, esses animais aumentaram consideravelmente de tamanho, com pescoços chegando a ficar duas vezes mais longos do que eram inicialmente.