Desde o início do ano, pessoas do bairro dos Buritis, em Belo Horizonte, e imediações, têm apresentado um quadro clínico grave. O causador? A cerveja.
Cerca de 10 pessoas já deram entrada em hospitais da capital mineira com os mesmos sintomas: insuficiência renal e problemas neurológicos e até mortes já foram registradas. Mas o que aconteceu com a cerveja da região?
As primeiras investigações mostraram que a causa do problema estava em uma substância encontrada na cerveja Belorizontina, fabricada pela cervejaria Backer.
Por enquanto, a polícia trabalha com todas as possibilidades, que vão desde erros de procedimento na produção da cerveja, até sabotagem, incluindo fornecedores e concorrentes no caso.
A tal substância é o dietilenoglicol, cuja ingestão provoca sintomas similares aos descritos pelos pacientes. O dietilenoglicol foi encontrado em duas amostras da cerveja Belorizontina e no sangue de três dos infectados.
Estudos foram feitos na região e descartaram ação de bactérias ou vírus, no que seria uma epidemia ainda concentrada.
Belo Horizonte chegou a criar um protocolo clínico para todos os hospitais da cidade, para padronizar o procedimento em casos que possam ser relacionados à cerveja.
O tratamento deve ser realizado com etanol e os pacientes devem ser submetidos a exames neurológicos e também oftalmológicos.
O outro lado
A cervejaria Backer se manifestou sobre o caso, afirmando que não utiliza o dietilenoglicol na fabricação de suas cervejas.
Segundo o mestre cervejeiro da empresa, Sandro Duarte, é usado um elemento similar, denominado monoetilenoglicol, que é menos tóxico do que o que está causando a doença.
A empresa ainda pede uma contraprova do teste feito pela polícia. As cervejas que comprovadamente estão infectadas pertencem ao mesmo lote e ainda falta averiguar outros.
A polícia afirma não saber ainda como a contaminação aconteceu, em que momento, durante ou depois da produção da cerveja. Nenhuma possibilidade está descartada.