O Godzilla é um dos personagens mais icônicos do mundo da ficção. O monstro gigante apareceu pela primeira vez no filme que leva seu nome, lançado em 1954, e, desde então, esteve em dezenas de produções cinematográficas.
O potencial de destruição do monstro é o que mais chama a atenção. Os canais Cinemasins e VSauce estimam que o Godzilla do filme de 1998 (a produção americana) rendeu um estrago de, aproximadamente, US$ 7 bilhões – isto, é claro, se o monstro realmente tivesse existido.
É possível um monstro gigante como o Godzilla existir de verdade? E se ele existisse, estaríamos preparados para ele? O que aconteceria?
Condições
É necessário escolher, primeiro, qual Godzilla que estaremos mencionando. O monstro sofreu várias mudanças ao longo das décadas e em suas distintas produções, seja em tamanho ou personalidade. Para esta simulação, vamos nos basear no filme americano de 2014, que leva o nome do personagem.
Segundo informações oficiais, o Godzilla tem 110 metros de altura e 167 metros de cauda. O peso é de 160 mil toneladas. Parece maior nos filmes, não?
Cenário realista
O cenário no qual o Godzilla estaria inserido não seria propício para a sua sobrevivência.
Só o seu coração pesaria cerca de 100 toneladas e seu corpo teria cerca de 530 mil galões de sangue, sendo impossível bombeá-lo para todo o seu corpo.
Nenhum animal real aguentaria a pressão de ter uma massa tão alta. O Godzilla poderia superaquecer, seus órgãos iriam implodir e ele precisaria de muita comida: cerca de 215 milhões de calorias por dia para se manter vivo.
O corpo de um ser humano adulto forneceria cerca de 110 mil calorias. Então, ele precisaria ingerir cerca de duas mil pessoas por dia. Isso aumentaria a taxa de mortalidade humana mundial em torno de 1,3%.
Em 90 mil toneladas, Godzilla pesaria o mesmo que um pouco mais da metade de todo o ouro que a humanidade já extraiu. Segundo os cientistas, ele estaria acima do limite de peso para animais terrestres, que varia de 110 a 1100 toneladas. No segundo em que Godzilla saísse de seu esconderijo aguado, a gravidade o esmagaria como um pequeno inseto de vidro. Não precisaríamos de exército algum para nos salvar.
Cenário desafiador
E se por acaso, de alguma forma, ele desafiasse as leis da ciência e realmente existisse por aí, no fundo de algum oceano? Estaríamos preparados?
Digamos, então, que Godzilla emergiu em alguma metrópole importante, como Los Angeles, nos Estados Unidos. Com certeza, os Estados Unidos estariam mais preparados do que se isso acontecesse no Brasil, em cidades como Rio de Janeiro ou Salvador.
Inicialmente, o medo e o pânico em massa tomariam a população. Uma debandada desorganizada causaria mortes antes mesmo do monstro entrar na cidade. As forças militares americanas tentariam deter a nova ameaça a qualquer custo e, para isso, se utilizariam de caças, bombardeiros, tanques e navios, transformando a cidade num cenário de guerra para recuperar o controle e parar Godzilla.
Com isso, a população teria que se preocupar, não somente com Godzilla, mas também com a campanha militar contra ele. A prioridade máxima das forças armadas seria derrubá-lo a qualquer custo e, neste cenário, se os civis não conseguissem evacuar o local, haveriam perdas consideráveis.
Godzilla é um monstro praticamente indestrutível e impossível de matar. Nem mesmo bombas nucleares podem derrubá-lo. Seria inevitável que ele entrasse na cidade destruindo tudo a sua frente. Mesmo que sua intenção não seja a de destruir, o seu tamanho e força impactariam em tudo. No final o monstro iria voltar ao oceano e desapareceria. A partir daí, a batalha militar seria longe dos olhos públicos e a guerra partiria para o oceano afora.
Depois do ataque inicial, a linha costeira da Los Angeles estaria em ruínas e a população, assustada e desabrigada, teria que lidar com o apocalipse local nunca antes visto. A partir de agora, a preocupação primordial da população mundial seria evitar um novo ataque do monstro. Ele poderia surgir em qualquer lugar, a qualquer momento.
Isso levaria o medo e o pânico às cidades costeiras ao redor do mundo. Qualquer um desses municípios estaria vulnerável ao ataque. Nova York, Rio de Janeiro, Tokyo, Hong Kong, cidades com milhões de pessoas estariam sob um grande risco. O efeito cultural e social seria devastador. Para começar cada religião teria sua própria interpretação para o significado de Godzilla: para algumas, seria o apocalipse; já outras o adorariam como um deus ou o temeriam como um demônio.
A economia mundial seria severamente atingida. A começar pela importação portuária. Investidores não estariam mais dispostos a colocar seu dinheiro em locais tão vulneráveis, já que poderiam perder seus produtos de repente. Isso chegaria rapidamente às principais bolsas, em um efeito dominó que atingiria outros setores da economia.
As principais forças militares do mundo teriam que se unir contra essa ameaça. Estados Unidos, Rússia, China e Inglaterra, entre outras, teriam que trabalhar em conjunto para caçar e matar Godzilla. A tecnologia seria usada para rastrear seus movimentos e é fácil prever que investimentos seriam realizados na tecnologia para a guerra contra o monstro.
Se ele realmente existisse, ninguém iria querê-lo vivo. A destruição que ele poderia causar o colocaria como um perigo maior do que o terrorismo e assim que emergisse das águas, batalhas militares seriam travadas em grandes cidades. E se perdêssemos essa guerra, regiões inteiras do planeta seriam remodeladas. Áreas costeiras seriam completamente desabitadas e a população iria migrar para o interior dos continentes.
Godzilla não é apenas um monstro: é, como descrito no filme, uma força da natureza. E essa força da natureza teria de ser combatida por toda a humanidade.
Este texto foi originalmente preparado para o canal Acredite ou Não, no YouTube. Veja a versão em vídeo: