Todos nós aprendemos na escola sobre as camadas que formam a Terra, entre elas o núcleo. Porém não tínhamos certeza de como era a parte central do planeta, até um estudo realizado pela Universidade Nacional da Austrália comprovar que ele é de fato sólido, além de ser macio, algo que não se sabia até agora.
O físico Hrvoje Tkalčić, um dos autores do estudo, explica que o núcleo da Terra é quase como “um planeta dentro de um planeta”. Sua rigidez era especulada pelos cientistas há pelo menos 80 anos, mas não havia sido comprovada até agora. Porém, a equipe de Tkalčić conseguiu detectar e medir as chamadas ondas J, sinais sísmicos que se propagam apenas através de materiais sólidos. Dessa forma, foi possível fazer um estudo mais preciso do núcleo terrestre.
O pesquisador afirma que ainda há muito que se estudar a respeito dessa parte ainda tão desconhecida, embora tão presente, do planeta Terra. “Estamos em uma etapa de descobrimento sobre sua composição química, que outros elementos além de ferro e de níquel a compõem, de que tamanho são os grãos, o quão rápido se solidificam, quão velhos são”, explica Tkalčić.
Aprofundando o conhecimento
O cientista descreve o núcleo terrestre como algo aparentemente simples, mas de extrema importância. “Uma esfera quente com uma massa de cem quintilhões (1 seguido de 30 zeros) de toneladas de ferro e níquel que está a 5 mil km debaixo de nossos pés, à espera de ser descoberta”, diz empolgado.
O conhecimento dessa parte do planeta nos ajuda a entender uma série de fenômenos que afetam nossa vida diretamente, envolvendo até mesmo a rotação da Terra, já que o núcleo interno gira de forma diferente do manto e da crosta. “O núcleo central da Terra é uma cápsula do tempo, a partir da qual podemos entender o passado, o presente e o futuro do planeta”, completa Tkalčić.