A Nasa, a agência espacial americana, além de ter de conduzir seus estudos e experimentos para que o ser humano conquiste o espaço um dia, também precisa desmentir certos boatos que são espalhados por aí. Na última semana, muitos sites de notícias de renome, como a CNN e a Newsweek, informaram que os irmãos astronautas Mark e Scott Kelly não eram mais gêmeos idênticos.
Tudo começou após Scott passar um ano na Estação Espacial Internacional, entre 2015 e 2016. Depois de uma série de testes, o período de tempo que ficou no espaço teria causado uma alteração de 7% em seu DNA, o que o diferenciaria de seu irmão, Mark, que ficou no planeta.
Mas após essas informações confundirem até mesmo Mark e Scott, a Nasa tratou de colocar um ponto final nessa história e afirmou que os irmãos astronautas continuam gêmeos como sempre.
Na realidade, segundo a Nasa, não ocorreu nenhuma mudança na estrutura física do código genético de Scott, como aconteceria em uma mutação, por exemplo. Mas na verdade, se tratou apenas de uma modificação no processo que regula o funcionamento dos genes.
“Fundamentalmente, o DNA de Scott não mudou. O que os pesquisadores observaram foram mudanças na expressão gênica, que é como seu corpo reage ao seu ambiente. Isso provavelmente está dentro do esperado para humanos sob estresse, como escalando montanhas ou praticando mergulho”, disse a agência espacial americana.
Em outras palavras, 93% da expressão gênica de Scott continuou normal após seu retorno, mas 7% desse conjunto apresentou uma pequena mudança, provavelmente por conta de seu período no espaço.
A Nasa continua analisando essas mudanças na expressão gênica de Scott para entender o que pode ter acontecido com ele.
O paradoxo dos gêmeos
Se você entende bastante de ciência, ao ler essa notícia, deve ter se lembrado do Paradoxo dos Gêmeos, um experimento mental proposto para demonstrar a Teoria da Dilatação do Tempo, que é uma consequência da Teoria da Relatividade de Albert Einstein.
Para explicá-la com mais facilidade, o cientista propôs esse paradoxo. Aqui, um irmão gêmeo viajaria pelo espaço com grande velocidade (algo em torno da velocidade da luz), enquanto que o outro permaneceria na Terra.
Por conta dessa dilatação no tempo, ele passaria de forma muito mais lenta para o gêmeo que fez a viagem para o espaço. Assim, quando retornasse para a Terra, estaria mais jovem que seu irmão que permaneceu no planeta.
Seria esse caso dos irmãos gêmeos astronautas uma prova de que Einstein estava correto? Só o tempo nos dirá.
