Quais são as evidências históricas de que Jesus Cristo viveu e morreu?

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Se há algo que é motivo de discussão até mesmo entre pessoas que não são muito religiosas, é se Jesus Cristo realmente existiu. Muitos acreditam que ele é uma ideia criada pelo Cristianismo, ao invés de ter sido uma figura histórica real. Mas também existem evidências escritas sobre sua existência, que já tem mais de 2 mil anos de idade.

Afinal, existem provas de que Jesus Cristo de fato viveu e morreu? Confira abaixo:

Podemos confiar que Jesus Cristo realmente viveu?

As evidências históricas de Jesus de Nazaré são, ao mesmo tempo, bem estabelecidas e amplamente divulgadas. Algumas décadas após seu suposto período de vida, ele é mencionado por historiadores judeus e romanos, bem como em diversas escritas cristãs.

Compare isso, por exemplo, com o famoso Rei Arthur, que supostamente viveu 500 anos depois de Cristo. A maior parte dos eventos históricos da época não faz sequer menção ao Rei, e ele é citado pela primeira vez 300 ou 400 anos após o tempo em que ele teria vivido. As evidências de Jesus não são limitadas ao folclore, como as do Rei Arthur parecem ser.

O que os ensinamentos cristãos afirmam?

Os valores dessas evidências são, ao mesmo tempo, precoces e detalhadas. As primeiras escritas sobre Jesus aconteceram nas epístolas de São Paulo, e muitos acreditam que essas cartas foram escritas, no máximo, 25 anos após a morte de Jesus, enquanto que seus detalhes biográficos do Novo Testamento datam de aproximadamente 40 anos após sua morte.

Todas essas evidências apareceram no tempo de vida de diversas testemunhas, e possuem descrições que se assemelham com a cultura e geografia da Palestina do primeiro século. Também é difícil imaginar por que escritores cristãos iriam inventar uma figura salvadora judaica em um espaço e tempo – que estava sob controle do Império Romano – em que havia uma grande desconfiança sobre o Judaísmo.

O que escritores não cristãos dizem sobre Jesus?

Até onde temos conhecimento, o primeiro autor não cristão a mencionar Jesus é o historiador judaico Flavio Josefo, que escreveu a história do Judaísmo por volta de 93 d.C. Havia duas referências a Jesus: a primeira é controversa, pois se acredita que ela foi corrompida por escritas cristãs, mas a outra não é suspeita, que é uma referência a Tiago, o irmão de “Jesus, o chamado Cristo”.

20 anos após Josefo, os políticos romanos Plínio e Tácito fizeram menção a Jesus Cristo. Tácito disse que Jesus foi executado quando Pôncio Pilatos era o governador da Judeia e Tibério era o Imperador de Roma.  Já Plínio disse, quando era governador do norte da atual Turquia, que os cristãos veneravam Jesus Cristo como um Deus. Nenhum dos dois gostava da religião, que Tácito chegou a chamar de “uma superstição destrutiva”.

Escritores antigos discutiram a existência de Jesus?

Surpreendentemente, nunca houve um debate no mundo antigo se Jesus de Nazaré era uma figura histórica. Na literatura antiga de rabinos judaicos, Jesus foi denunciado como filho ilegítimo de Maria e um feiticeiro. Entre os pagãos, o satirista Luciano de Samósata e o filósofo Celso diminuíram Jesus como um “canalha”, mas não há conhecimento de alguém, no mundo antigo, que questionou se Jesus viveu.

A existência de Jesus é controversa atualmente?

Em um livro recente, o filósofo Francês Michel Onfray diz que Jesus é uma mera hipótese, que sua existência é mais uma ideia do que uma figura histórica. Há 10 anos, o chamado Projeto Jesus foi criado nos EUA, e uma de suas questões era se Jesus existiu ou não. Alguns atores já chegaram a afirmar que Jesus de Nazaré não existiu duplamente, pois Jesus e Nazaré seriam invenções cristãs.

O mais interessante nisso tudo é que dois historiadores que mais escreveram contra essas hipóteses hiper-céticas são ateus: Maurice Casey e Bart Ehrman. Eles já divulgaram diversas críticas contra a ideia de que “Jesus é um mito”, nominando-as de pseudo-escolares. De qualquer forma, uma pesquisa feita na Inglaterra mostrou que 40% dos adultos do país não acreditam que Jesus Cristo foi uma figura histórica real.

Existem evidências arqueológicas da existência de Jesus?

Em partes, a confusão popular da existência de Jesus é culpa de evidências arqueológicas. Recentemente, por exemplo, foi divulgada a hipótese de que Jesus seria um bisneto de Cleópatra, bem como a descoberta de moedas antigas que teriam a imagem de Jesus utilizando sua coroa de espinhos. Ainda há muitas pessoas que tem interesse no Santo Sudário, a peça de linho que teria coberto o corpo de Jesus após sua morte. O agora Papa Emérito Bento XVI disse que o item é algo que “nenhum artista humano é capaz de produzir” e que é um “ícone do Sábado de Aleluia”.

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O Santo Sudário

Entretanto, é difícil encontrar historiadores que considerem esses materiais como informação arqueológica séria. Os documentos produzidos por cristãos, judeus e romanos ainda são considerados as principais evidências.

Essas referências históricas abundantes nos deixam com pouca dúvida de que Jesus possa ter de fato vivido e morrido. A questão mais interessante – que vai muito além da história – é se Jesus morreu e depois viveu novamente.

Texto adaptado do artigo de Simon Gathercole, para o The Guardian
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