Quando Faremos Contato com Vida Alienígena?

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“Estamos sozinhos?” é, talvez, a questão que mais nos intriga. Mas se a resposta for “não”, a humanidade poderá ter que lidar com um problema ainda maior: como lidar com um universo cheio de vida alienígena.

Ao longo dos últimos 20 anos, os astrônomos detectaram cerca de 2.000 planetas alienígenas, e essas descobertas sugerem que os mundos potencialmente habitáveis ​​são comuns por toda a Via Láctea (e provavelmente em todo o universo como um todo).

Existem, portanto, muitas moradas possíveis para a vida em todo o cosmos e, dada a idade do universo – cerca de 13,8 bilhões de anos – houve muito tempo para que formas de vida pudessem evoluir a inteligência, de forma complexa, dizem muitos especialistas.

Existem alienígenas inteligentes lá fora? Se sim, quando a humanidade vai fazer contato com eles? Veja nesse artigo do Acredite ou Não, o que vários, dos melhores especialistas no campo da busca de inteligência extraterrestre (SETI, Search for Extraterrestrial Intelligence), responderam sobre quando aconteceria c contato com vida inteligente (ET) ou se nunca isso acontecerá.

As pesquisas estão se aprofundando

“Eu não coloco minha mão no fogo de que vamos encontrar provas conclusivas de tecnologias alienígenas antes do final de 2016. Mas as chances estão ficando melhor a cada ano que passa. Durante a próxima década, deveremos ser capazes de procurar por sinais de rádio em um milhão de estrelas ou mais. Esse é um número grande o suficiente para tornar razoável pensar que nós vamos encontrar vida inteligente… se existe vida lá fora mesmo, estamos tentando fazer contato. Talvez dentro da próxima década, possamos muito bem descobrir que não estamos sozinhos no universo.”, disse Douglas Vakoch, Diretor de Composição de Mensagem Interstelar no Instituto SETI em mountain View, Califórnia.

Essa descoberta pode vir na forma de um sinal de rádio dirigido a Terra vindo de outra estrela, ou através de evidências indiretas adquiridas ao estudar as atmosferas dos exoplanetas distantes.

“De qualquer maneira, a descoberta de vida fora da Terra seria um dos eventos mais profundos do século”, disse Vakoch.

A paciência é necessária

Uma visão diferente é oferecida pelo astrobiólogo David Grinspoon, autor do próximo livro, “Terra nas mãos humanas” (Grand Central Publishing, que deve sair em outubro de 2016). O livro investiga as implicações de longo prazo da influência humana sobre o nosso próprio planeta, e como isso deve afetar a forma como pensamos.

“Meu pensamento inicial é que não há nada de muito diferente em 2016 comparado a 2015, 2014 ou 2017”, David Grinspoon

Na visão de Grinspoon, as detecções de exoplanetas são encorajadores, mas elas não têm realmente mudado o cenário que pioneiros da SETI planejaram no início da década de 1960.

Quanto ao porquê do contato com vida alienígena ainda não tenha sido feito, Grinspoon sugere que a questão em si indica que “uma escala de tempo de atenção e impaciência tem uma diferença de impedância para a escala de tempo em questão.” Comparando o tempo da ansiedade humana pelo contato com aliens ao tempo do universo.

Podemos de fato fazer contato este ano, Grinspoon disse “e isso não seria fantástico? Ou isso pode levar mais mil anos … que não é nada, realmente” em escalas de tempo cosmológicos mais amplas.

Pesquisando atmosferas de exoplanetas

É evidente que é verdade que a humanidade tem alguns novos lugares promissores para procurar, se certas suposições sobre civilizações alienígenas estão corretas. Pesquisas de rádio devem ser direcionadas para planetas próximos que parecem potencialmente habitáveis. Mas não vamos nos iludir pensando que isso ajuda, enormermemente, a expectativa de que este será o ano de contato.”, disse Grinspoon.

Mas Grinspoon é motivado pela perspectiva de que os investigadores devem em breve ser capazes de procurar sinais de vida inteligente na atmosfera de alguns desses mundos distantes.

“Logo” é um termo relativo, é claro. Na visão de Grinspoon, o termo refere-se às próximas décadas. Segundo ele tudo depende “da medida que desenvolvemos os telescópios espaciais que podem começar a discernir as assinaturas espectrais de planetas que foram modificados por atividades inteligentes.”

E nessas mesmas décadas, Grinspoon disse, precisamos ver se podemos começar a transformar o nosso próprio planeta em um que tenha sido modificado por atividades inteligentes – porque as modificações até à data não têm sido muito inteligentes.

Modificação não inteligente da Terra

O planeta Terra passa por uma modificação não-inteligente da sua atmosfera. Como uma civilização inteligente poderia nos detectar através de um estudo de nossa atmosfera?
O planeta Terra passa por uma modificação não-inteligente da sua atmosfera. Como uma civilização inteligente poderia nos detectar através de um estudo de nossa atmosfera?

“Em primeiro lugar o esforço é para parar a modificação não inteligente da nossa atmosfera que está acontecendo”, disse Grinspoon. “Nós não olhamos poluições semelhantes em outros ambientes. Isso é uma fase breve, segundo a lógica matemática da SETI, portanto, não observável em outros lugares. O que realmente deve estar pensando o ser inteligente que olhe a forma como outra espécie tecnologicamente inteligente interage com a atmosfera de seu planeta (dessa forma que estamos fazendo).”

Tais sinais, Grinspoon disse, seria visível, mas seria muito diferente da Terra hoje.

Pensar nisso, disse ele, pode ajudar, a nós terráqueos, nas tarefas relacionadas a procura de inteligência extraterrestre, bem como tentar preservar inteligência tecnológica em nosso próprio planeta.

A busca por vida alienígena não é algo que combina com resultados numa escala de tempo de um ano ou uma década, disse Grinspoon.

“Para ter uma boa chance de ser uma espécie comunicante, você teria que aprender a pensar e planejar e agir em escalas de tempo de um século ou um milênio”, disse ele. “Mas este ano é aquele em que podemos continuar a fazer progressos no sentido de garantir a nossa própria longevidade e procurar os sinais de outras espécies que tenham realizado com sucesso os desafios que enfrentamos hoje.”

Viver com a incerteza

A incerteza será sempre uma parte da pesquisa SETI, concorda o autor Michael Michaud, um ex-diplomata do Departamento de Estado dos EUA.

“Não há maneira de prever quando o contato acontecerá. A única generalização que posso oferecer é que expandir as formas de pesquisa, enquanto continuamos a enviar os nossos próprios sinais – tanto intencionais como não intencionais – podem aumentar a probabilidade de fazer contato. Até que não tenhamos evidência sólida de vida inteligente extraterrestre, teremos que viver com a incerteza.”, Michael Michaud.

Michaue também é membro da Academia Internacional de Astronáutica. Ele coordenou a elaboração do Primeiro Protocolo SETI, um esforço para definir algumas diretrizes sobre os passos que a humanidade irá tomar após uma detecção SETI.

Michaud disse que a ficção científica imprimiu duas visões extremamente opostas de contato alienígena em nossas mentes: ou recebemos uma mensagem, ou enfrentamos uma invasão da Terra.

“Há muitos outros cenários possíveis, sem ser a comunicação. Eles têm implicações diferentes”, disse Michaud. “A nossa resposta, e deles, pode depender da forma como o contato ocorrer.”

Primeiro de tudo, não podemos ter certeza de que nós estamos procurando a evidência direita ou utilizando os meios certos, disse Michaud. A SETI tornou-se possível, dadas as novas ferramentas de radioastronomia, que por sua vez cresceu a partir da evolução do rádio e do radar de guerra. Novos observatórios astronômicos que vêm em linha na próxima década podem ser mais capazes de detectar provas de vida ou inteligência em atmosferas de exoplanetas, disse ele.

Testes de inteligência humana

“Nossas idéias sobre extraterrestres e seus comportamentos costumam cair em analogias com a humanidade. Contudo, não podemos assumir que são representações de vida inteligente da galáxia,”, disse Michaud. “Os astrônomos pensavam que nosso sistema solar era comum; agora sabemos que não é.”

Encontrar evidências de ET podem ser mais difíceis do que a maioria dos pesquisadores esperam, disse Michaud.

“A SETI pode exigir rigorosa e repetitiva pesquisa e análise de dados que duram além do tempo de vida de um indivíduo. Ela pode exigir uma estratégia mais ampla e uma vontade de olhar em novos lugares. Ela pode exigir meios técnicos que ainda não estão disponíveis para nós.”, Michael Michaud.

Ainda assim, este não é um motivo para desistir, Michaud concluiu. É uma razão para ser mais inteligente e mais determinado. “A busca por extraterrestres é um teste da inteligência humana”, disse ele.

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