Recentemente a grande estreia do filme Fuja, na Netflix, ressaltou a importância do entendimento sobre o transtorno psiquiátrico raro chamado de Síndrome de Münchausen por Procuração (SMPP).
Este distúrbio é caracterizado por um comportamento de busca por atenção de um cuidador primário – em cerca de 85% dos casos, a mãe é quem possui a síndrome – através de pessoas que estão sob seus cuidados – desta forma, os próprios filhos são as vítimas.
O indivíduo com esta síndrome relativamente rara consegue atenção procurando por ajuda médica para tratar de sintomas inventados ou exagerados em relação à criança que está sob sua responsabilidade.
O excesso de “cuidado” faz com que os sintomas da criança possam piorar e agravar os sintomas, fazendo com que os prestadores de saúde se esforcem para identificar a causa. Esse comportamento do responsável leva o menor a repetidas internações e exposições desnecessárias a exames e tratamentos de riscos.
Para além do exagero de sintomas, esses indivíduos são capazes até de alterar resultados de exames como contaminar amostras de urina, falsificar registros médicos e até mesmo envenenar, sufocar ou induzir infecções.
Síndrome de Münchausen por Procuração: quando surgiu?
A doença faz referência ao barão von Münchausen da Alemanha (1720-1797), que foi conhecido por contar mentiras e inventar histórias sobre si (ampliando experiências sobre viagens), mas só foi identificada na década de 1950 por um médico britânico, Richard Asher.
A Síndrome de Münchausen por Procuração foi introduzida, de fato, por um médico pediatra em 1977 após relato de dois casos. Em ambas situações, a demonstração de um dos pais simulava os sinais e sintomas por meio da criança.
O transtorno raro está presente dentro do Código Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, sendo facilmente encontrado como CID 10 F68.1 e é uma forma relativamente rara de abuso infantil – chegando a ser conhecido como “abuso médico infantil”.