Com a ajuda da sonda Mars Reconnaisannce Orbiter (MRO), a NASA divulgou que encontrou vários depósitos de água congelada em diversos pontos de Marte.
Esses depósitos estão localizados em oito pontos distintos do Planeta Vermelho, distribuídos pelos hemisférios norte e sul de Marte, em locais equivalentes a Escócia e a América do Sul na Terra.. A descoberta foi feita após uma missão identificar erosões que revelaram parte dos depósitos de gelo.
Essa informação não chega a ser uma grande novidade. Por exemplo, em 2001, a sonda Odyssey chegou ao planeta para tentar identificar sinais de gelo. Os equipamentos encontraram indicadores de hidrogênio, o que já seria um indício, mas parou por aí.
Já a moderna MRO conseguiu mapear a superfície do local em grandes detalhes. E as imagens enviadas pela sonda revelaram a presença de gelo no fundo de íngremes escarpas, protegidas por uma camada de um a dois metros de espessura feita de rochas e poeiras.
As imagens enviadas revelaram uma subcamada da superfície que era bem diferente da famosa poeira vermelha que domina Marte. E é bem improvável que se trate de uma mistura de água com o solo do local. A pesquisa também revelou que o gelo pode ter se revelado após as estruturas se tornarem instáveis e se expandirem.
Os pesquisadores disseram que essa revelação será de extrema importância para a futura exploração de Marte, já que a água é essencial para a nossa sobrevivência. Vale lembrar que anteriormente, acreditava-se que só era possível obter gelo no planeta em regiões mais hostis e inóspitas, como as calotas polares.
“Os astronautas podem simplesmente ir lá com um balde e uma pá e obter toda água que precisarem”, explicou Shane Byrne, um dos coautores do estudo que fez a descoberta. “Se enviarmos humanos para viverem em Marte por um período substancial de tempo, seria uma fonte fantástica de água”, revelou Matt Balme, astrônomo que não esteve envolvido no estudo.
E, claro, a descoberta também pode ter outra função importante: contar um pouco mais da história climática de Marte. “Esse gelo pode conter registros valiosos sobre o clima marciano, da mesma forma que o gelo da Groênlandia e da Antártica na Terra”, explicou Susan Conway, cientista da Universidade de Nantes, na França, que não esteve envolvida com o projeto.