Muita gente por aí já precisou ir até o dentista pra retirar qualquer um dos dentes do siso, não é mesmo? Por mais que seja algo que até cause algum alívio, é uma operação dolorosa e desconfortável. Só que um dos remédios que costuma ser usado para aliviar as dores pode causar problemas no futuro, segundo um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Os opióides costumam ser utilizados como analgésicos para aliviar as dores de quem retira os dentes do siso. No entanto, essa pesquisa revelou que pessoas entre 13 e 30 anos possuem maiores chances de se tornarem viciados nesse medicamento. E justamente por conta de seu uso dele devido à cirurgia de retirada dos dentes.
As chances de alguémm nessa faixa etária, desenvolver o vício na substância aumentavam em até 2,7 vezes após a cirurgia de retirada dos dentes do siso.
“A extração dos dentes do siso é realizada 3,5 milhões de vezes por ano nos Estados Unidos, e muitos dentistas costumam receitar os opioides para os pacientes lidarem com as dores. Até agora, não tinhamos informações dos riscos a longo prazo do uso de opioides após a extração dos dentes do siso” revelou Calista Harbaugh, autora líder do estudo.
A descoberta foi feita após os pesquisadores coletarem dados de planos de saúde entre 2009 e 2015. Eles observaram as pessoas que não usaram opioides seis meses antes da cirurgia e que não passaram por nenhum tipo de anestesia até um ano depois.
Os resultados mostraram que 1,3% dos pouco mais de 56 mil pacientes que fizeram uso de opioides após a cirurgia continuaram a usar o medicamento de duas a mais vezes até um ano após o procedimento de retirada dos dentes do siso.
Para efeito de comparação, apenas 0,5% de pouco mais de 14 mil pacientes que não receberam a receita desenvolveram o uso constante de opioides.
Pode parecer pouco, mas esses números mostram que pessoas jovens podem estar propensas a desenvolver o vício em opioides.
Os autores da pesquisa sugerem que dentistas comecem a diminuir o uso de opiodes em seus pacientes e optem por outros tipos de analgésicos, que ainda segundo os responsáveis pelo estudo, podem ter eficiência maior que a substância.