Se você é daqueles pais que costumam se preocupar com os jogos que seu filho joga, saiba que existe mais um motivo para ficar de olho. Um estudo feito na França e nos Estados Unidos revelou que jovens podem desenvolver atitudes sexistas, machistas e de estereótipo de gênero por conta dos videogames.
Os pesquisadores entrevistaram pouco mais de 13 mil jovens franceses, com idades entre 11 e 19 anos. Os participantes precisaram responder perguntas sobre quanto tempo perdiam jogando videogames e suas atitudes com relação às mulheres e estereótipo de gênero.
Os resultados foram publicados no jornal Frontiers in Psycology, e mostraram que existe relação entre jogos e atitudes em relação às mulheres, com níveis de sexismo e de machismo maiores entre jovens do sexo masculino.
Representação feminina é negativa
Os pesquisadores puderam concluir que a razão por trás dessas atitudes é o fato das mulheres serem mal representadas em vários games. Elas costumam ser retratadas como personagens que precisam de ajuda ou possuem um papel de passividade. Isso sem contar o fato de que podem ser consideradas objetos sexuais ou uma espécie de prêmio para o jogador.
Apesar dos resultados, os próprios pesquisadores admitem algumas limitações no modelo que escolheram para fazer a pesquisa. Por exemplo, não pode ser descartada a possibilidade de que “indivíduos com orientações sexistas podem passar mais tempo jogando videogames”.
Estudo semelhante afirma o contrário
Há dois anos, pesquisadores alemães publicaram um estudo semelhante, mas que teve resultados bem diferentes do descrito acima.
Eles entrevistaram 824 pessoas, e compararam as respostas de gamers e não-gamers sobre o lugar das mulheres na história. E chegaram a uma conclusão oposta: não foi possível verificar se existe conexão entre jogar videogames e ter atitudes sexistas. O que também não significa que a cultura dos games esteja totalmente livre de tal problema.
“Algumas pessoas acreditam que essa é a prova de que o sexismo não é um problema nos videogames e em sua cultura, que é algo que não encontramos, mas também não descartamos em nosso estudo”, disseram os responsáveis.
Texto por Augusto Ikeda
Edição por Igor Miranda