Vídeos de teoria da conspiração como a ideia de que a Terra é plana ou que o homem nunca pisou na Lua são fáceis de serem encontrados no YouTube. Porém, isso não deverá durar muito tempo.
A plataforma do Google anunciou que vai parar de recomendar aos seus usuários vídeos de teoria da conspiração, que espalham informações erradas de fatos históricos.
Em uma postagem em seu blog oficial, o YouTube disse que vai deixar de sugerir vídeos com conteúdo limitado ou que desinformam usuários de maneira prejudicial. Isso acontecerá, disse a plataforma, mesmo quando as imagens usadas no vídeo não violem as diretrizes da comunidade.
O YouTube deu apenas três exemplos dos tipos de vídeos que deixarão de ser recomendados: aqueles que promovem uma falsa cura milagrosa para uma doença grave, aqueles que afirmam que a Terra é plana ou que fazem afirmações falsas sobre eventos históricos como os ataques de 11 de setembro.
Analistas humanos em várias regiões dos Estados Unidos serão responsável por assistir a diferentes conteúdos no YouTube e fornecer relatórios sobre a qualidade desses vídeos. Esses julgamentos ajudarão a treinar o algoritmo que vai identificar o conteúdo impróprio.
A empresa se recusou a fornecer mais detalhes sobre quais outros vídeos seriam assim classificados. Mas estima que menos de 1% dos bilhões de vídeos publicados na plataforma sejam afetados.
O YouTube disse ainda que não vai remover os vídeos e confirmou que usuários que se inscreverem em canais que criem esse tipo de conteúdo continuarão sendo notificados sobre novas publicações. A empresa também não excluirá esse tipo de vídeo dos resultados de pesquisa.
Pressão contra teoria da conspiração
A ideia de limitar o alcance de vídeos controversos não é de hoje. Em 2017, o YouTube já tinha bloqueado a opção de monetizar publicações de conteúdo religioso polêmico ou que ressaltava a supremacia, além de não permitir comentários e curtidas. Alguns vídeos também aparecem com uma breve mensagem que diz que o conteúdo pode ser inadequado ou ofensivo.
As novidades surgiram como uma solução da empresa para as críticas de que a plataforma levava os usuários a conteúdo problemático, mesmo quando demonstraram pouco interesse por esses vídeos. Também foi acusado de ampliar a divisão política no EUA, levando os espectadores já partidários a desenvolver pontos de vista extremos.