Um satélite da Nasa acaba de flagrar algo inédito até então: o momento em que um buraco negro supermassivo “devorou” uma estrela. A descoberta foi revelada nesta quinta-feira (25), em um estudo publicado na revista “The Astrophysical Journal.”
Segundo essa pesquisa, o satélite conhecido como TESS (sigla em inglês para “Transiting Exoplanet Survey Satellite”) foi o responsável pela descoberta. O fenômeno ocorreu a 375 milhões de anos-luz da Terra, na direção da constelação de Volans, e ganhou o nome de ASASSN-19bt.
O satélite detectou a destruição dessa estrela por conta de efeitos gravitacionais chamado de “perturbações de maré” (ou TDE, na sigla em inglês), momento em que as forças do buraco negro supermassivo dominam a gravidade de qualquer corpo celeste e a despedaça.
Com consequência desse processo, o buraco negro supermassivo emite parte do material da estrela que foi “devorada” na forma de um disco de gás quente e brilhante.
Confira duas ilustrações do fenômeno abaixo.
A descoberta é importante pelo fato de que nunca foi encontrada uma perturbação de maré tão brilhante como a que foi registrada em ASASSN-19bt.
“Apenas alguns TDEs foram descobertos antes de atingirem o pico do seu brilho, e esse que nós encontramos foi visto apenas alguns dias após começar a brilhar”, explicou Thomas Holoien, um dos envolvidos neste estudo.
Holoien e seus colegas se aproveitaram do fato de que o satélite TESS estava no rumo do fenômeno e puderam observá-lo durante vários dias, com atualizações a cada 30 minutos.
O fenômeno começou no início de 2019 e após 42 dias de observação, chegou ao pico de seu brilho no mês de março, e terminou 37 dias mais tarde.
Essa descoberta é de grande importância para melhorar a compreensão de fenômenos semelhantes.
“Ter coletado tantos dados sobre ASASN-19bt vai melhorar nossa compreensão sobre como a física funciona quando uma estrela tem o azar de se encontrar com um buraco negro”, explicou Decker French, outro envolvido no estudo.
2019 se tornou um ano marcante para os estudos voltados para a melhor compreensão dos buracos negros. Em abril deste ano, foi divulgada a primeira foto de um buraco negro na história, que está a 50 milhões de anos-luz do nosso planeta.