O dia 23 de março de 2016 quase marcou o fim da internet como a conhecemos. A razão? 11 simples linhas de código que foram apagadas por um programador. Tudo isso por causa de um desentendimento entre ele e a empresa de um aplicativo de mensagens. E pior de tudo: pode acontecer de novo.
O homem responsável por tal feito é um programador chamado Azer Koçulu. Ele é um desenvolvedor de módulos de Javascript, códigos que funcionam como ferramentas para quem desenvolve aplicações na web, sendo alguns deles muito importantes, como é o caso do módulo conhecido como “left-pad”, que tem apenas 11 linhas de comando, algo tão básico que ninguém tinha ideia da falta que poderia fazer.
Koçulu apagou as inocentes 11 linhas e por alguns momentos, a internet quase veio abaixo. Acontece que o módulo left-pad é como um “tijolo” dos mais básicos que constroem a internet. Entre os serviços que dependem dele estão desde o Facebook, passando pela Netflix até o Airbnb.
Para a maioria dos usuários, a exclusão do código não surtiu nenhum efeito na prática, já que uma solução foi encontrada em questão de minutos, mas para a comunidade de programadores e desenvolvedores web, foi como se toda a internet estivesse caindo como um castelo de cartas. Mas o que motivou Koçulu a quase causar esse verdadeiro apocalipse digital?
Nunca irrite um programador
A história começa em uma disputa entre o programador e a empresa Kik, dona do aplicativo de mensagens de mesmo nome. Koçulu trabalhava em um módulo Javascript também chamado Kik e a empresa queria que ele não usasse o nome. Quando a administração dos registros npm, que compila esses módulos de programação, foi em defesa do aplicativo, Koçulu resolveu tomar uma medida drástica.
Revoltado com a decisão, ele solicitou que todos os 273 módulos que ele tinha registrado em seu nome fossem tirados do ar, algo que ele tinha direito como criador dos códigos. Só que entre os 273, estava lá o left-pad, o que gerou a reação em cadeia. Koçulu já pediu desculpas publicamente pelo transtorno.