Pode parecer absurdo – e realmente é – mas a Conferência Internacional da Terra Plana (FEIC, na sigla em inglês) está organizando um cruzeiro até a borda da Terra. De acordo com os terraplanistas, o mundo acaba em um enorme muro de gelo que representa os limites do mundo. A ideia é que o navio leve as pessoas que acreditam nessa teoria até lá. Deve ser uma longa viagem.
O cruzeiro foi anunciado na última conferência de terraplanistas, conforme publicou o jornal The Guardian. No entanto, o ex-capitão naval Henk Keijer aponta algumas informações que devem tornar o cruzeiro um tanto quanto controverso. “Os navios navegam baseando-se no princípio de que a Terra é redonda. As cartas náuticas são desenhadas com isso em mente: que a Terra é redonda”, explicou.
Ele afirma ainda que a própria existência do sistema de GPS, usado em todo o mundo, é uma prova de que vivemos sobre uma enorme esfera flutuando no espaço. Os dados de localização são enviados para a Terra a partir de 24 satélites que orbitam o nosso planeta. “Se fosse plana, três satélites seriam suficientes para proporcionar os dados”, disse Keijer.
Segundo o ex-capitão, o problema em um cruzeiro de terraplanistas começa na dificuldade em se encontrar uma tripulação que acredite na teoria. “Naveguei dois milhões de milhas, mais ou menos, e nunca encontrei um capitão de navio que acreditasse que a Terra é plana”, afirmou o navegador.
Viagem ao fim do mundo
A organização do cruzeiro, no entanto, não garante que os participantes chegarão diretamente no muro de gelo onde o mundo acaba, mas verão evidências de que a Terra é plana. A maioria dos terraplanistas acredita que o planeta é na verdade um disco, com o polo norte no centro e rodeado pela Antártida, que na verdade seria um enorme muro de gelo, que tem a finalidade de conter a água dos oceanos e proteger o mundo do que há além do muro, em uma versão menos coerente da famosa muralha da série Game of Thrones.
Eles também negam a exploração espacial e afirmam que os governos e agências espaciais de todo o mundo são farsantes, que vem forjando provas desde o início da Guerra Fria em uma corrida de mentiras. Alguns terraplanistas recentemente negaram também a existência da Austrália, que seria um local fictício, povoada por atores contratados, com a finalidade de provar a maior de todas as mentiras: a de que a Terra é redonda.
