8 curiosidades sobre as insanas Olimpíadas de Berlim (e de Hitler)

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As Olimpíadas de 1936 aconteceram em Berlim, na Alemanha. Elas entraram para a história como os “jogos nazistas”, promovendo descaradamente o regime de Adolf Hitler.

A expectativa dos nazistas é que as Olimpíadas dessem uma demonstração clara da superioridade ariana. Nunca antes a política intrometeu tanto nos esportes.

Em função disso, as Olimpíadas de Berlim estiveram entre as edições mais controversas da história. O site Listverse reuniu algumas curiosidades do evento e o Acredite Ou Não adaptou e trouxe mais informaçoes. Veja:

Oposição às Olimpíadas

O Estádio Olímpico Lluís Companys, em Barcelona (Foto: Wikimedia)
O Estádio Olímpico Lluís Companys, em Barcelona (Foto: Wikimedia)

Muitos já suspeitavam da ideologia nazista impregnada nas Olimpíadas de Berlim. Atletas judeus já relatavam perseguição. Participar do evento seria a mesma coisa que apoiar o regime nazista, para algumas pessoas do meio esportivo.

Então, um boicote começou a ter força. O debate foi intenso especialmente nos Estados Unidos, que, tradicionalmente, leva a maior equipe para os Jogos. (Veja também: 5 fatos históricos sobre o comunismo)

A Espanha também aderiu ao boicote e levou um pouco adiante. Barcelona havia se candidatado a receber as Olimpíadas de 1936, mas perdeu para Berlim. Incomodado com toda a situação, o governo da Espanha propôs uma “Olimpíada do povo” e convidou países e atletas de esquerda. Foram cerca de 6 mil esportistas convidados.

No entanto, apenas 24 horas antes da cerimônia de abertura, o general fascista Francisco Franco lançou a revolta militar contra o governo. A Guerra Civil Espanhola começou e Hitler apoiou Franco. A “Olimpíada do povo” foi cancelada e somente Espanha e União Soviética boicotaram, de fato, os Jogos Olímpicos de Berlim.

Revezamento da tocha

(Foto: Wikimedia)
(Foto: Wikimedia)

O revezamento da tocha olímpica é uma “invenção” nazista. Na Antiga Grécia, corridas de revezamento envolvendo chamadas eram feitas, como parte de sua adoração aos deuses. Mas nenhuma das 10 edições ‘modernas’ das Olimpíadas antes de Berlim contou com o momento simbólico.

A ideia do revezamento da tocha olímpica foi de Carl Diem, secretário geral do comitê organizador dos Jogos. Joseph Goebbels, ministro da Propaganda, adorou a ideia e fez com que a tocha circulasse por cerca de 2,5 mil km, entre vários países. (Veja também: Mal-entendido quase dá início à Terceira Guerra Mundial em 1995)

Na cerimônia inicial, a chama foi dedicada a Adolf Hitler e os nazistas se declararam herdeiros do progresso da civilização da Grécia e da Roma. Durante o revezamento, houve conflito entre alemães e tchecos na Tchecoslováquia. Na última etapa, somente atletas loiros e de olhos azuis ostentaram a tocha.

Apesar de ter sido uma “invenção” nazista, a tocha olímpica foi mantida a partir dos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948. A mensagem é de amizade e paz.

Cocô de pombo no show de Der Fuhrer

A cerimônia de abertura foi extremamente pomposa. Em uma estrutura imensa, Adolf Hitler queria sua consagração. (Veja também: 7 curiosidades sobre o lendário Muhammad Ali)

Quando Hitler descia os degraus de um dirigível para a arena, milhares de pombos foram liberados. Depois de um tiro de canhão ter sido disparado, as aves se assustaram e simplesmente defecaram em todo o local. Deu ruim, hein?

Arte era esporte

(Foto: Wikimedia)
(Foto: Wikimedia)

Os Jogos Olímpicos de 1936 deram medalhas para os melhores… artistas. A ideia foi de Pierre de Coubertin: ele queria que as Olimpíadas destacassem a estética, assim como o atletismo.

Não foi uma exclusividade dos Jogos de 1936 – nas Olimpíadas entre 1912 e 1948, categorias como arquitetura, pintura, escultura, literatura e música foram premiadas. Todos os trabalhos deveriam ter a temática esportiva. (Veja também: 5 fatos sobre a censura)

O que há de curioso nas modalidades artísticas dos Jogos Olímpicos de 1936 é que, além de terem sido vencidas majoritariamente por alemães, foi a edição em que houve mais interesse do público nesse segmento. Cerca de 70 mil pessoas acompanharam a exposição dos competidores.

As obras de arte feitas durante o período ficaram sob domínio dos nazistas, que as venderam depois. As composições musicais premiadas foram tocadas pela Orquestra Filarmônica de Berlim, em um concerto ao final dos Jogos.

Primeira transmissão

(Foto: Telefunken-Bild)
(Foto: Telefunken-Bild)

Os Jogos Olímpicos de Berlim foram o primeiro evento esportivo a ser transmitido pela televisão em todo o mundo. Foram utilizadas 21 câmeras (três com mais de 2 metros de comprimento) para exibir as Olimpíadas ao vivo. (Veja também: As 10 principais sociedades secretas)

Os alemães, é claro, queriam utilizar aquele momento para propagar a ideologia nazista. No entanto, tudo foi por água abaixo quando Jesse Owens venceu a final dos 100 metros. A tecnologia alemã mostrou um afroamericano vencendo uma prova importante.

Jesse Owens e sapatos nazistas

(Foto: Wikimedia)
(Foto: Wikimedia)

Jesse Owens ganhou quatro medalhas de ouro em Berlim, para os 100 metros, 200 metros, salto em distância e revezamento 4 x 100 metros. Era o astro dos Jogos Olímpicos de 1936.

Curiosamente, porém, ele teve a ajuda de um membro do Partido Nazista, chamado Adolf “Adi” Dassler, um sapateiro cuja empresa, Gebruder Dassler Schuhfabrik, era especializada em pista e calçado de campo. (Veja também: 5 inovações da medicina da Guerra Civil Americana)

O contato entre Owens e Dassler foi intermediado pelo treinador da equipe de atletismo alemão, Jo Waitzer, que sabia que, caso fosse descoberto, poderia morrer por estar fazendo contato com o corredor afroamericano. Jesse Owens recebeu dois out rês pares de sapatos “contrabandeados” e fez história. “Adi” Dassler também se tornou um personagem histórico, pois sua empresa cresceu e se tornou a Adidas.

Sujeira na final do basquete

Berlim teve a primeira competição olímpica de basquete. Concebido como um jogo em ambiente interno, a Alemanha não se acostumou muito com a ideia e fez o jogo em área externa, em uma quadra de tênis. A bola era maior e mais pesada que o padrão, além de não ser perfeitamente redonda. (Veja também: Como eram os voos em 1930)

Mas o maior problema é que, antes da final, uma chuva torrencial caiu em Berlim. Os alemães queriam que acontecesse o jogo e nem cogitaram adiamento. A partida entre americanos e canadenses aconteceu em um verdadeiro lamaçal. Os Estados Unidos acabaram vencendo.

Hitler e futebol

(Foto: Wikimedia)
(Foto: Wikimedia)

Adolf Hitler nunca gostou de futebol. Ele preferia investir em boxe e atletismo. Mas o futebol era o esporte mais popular e Hitler queria fazer a propaganda nazista, um forte time foi montado.

A equipe alemã de futebol era a favorita, ao lado da Grã-Bretanha, para as Olimpíadas de 1936. Após uma vitória de 9 a 0 contra Luxemburgo, Hitler se entusiasmou e foi à próxima partida, contra a Noruega. (Veja também: 10 curiosidades sobre o 7 a 1)

O líder nazista viu o time alemão começar bem, mas perder muitas chances e levar o primeiro gol dos noruegueses. Agitado, Hitler teve um acesso de raiva. O segundo gol veio e foi o bastante para que o ditador se levantasse, raivoso, e abandonasse a partida. Acabou 2 a 0 para a Noruega. Foi o único jogo de futebol que Adolf Hitler assistiu.



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