Cães são os melhores amigos do homem. O ditado velho e batido tem sentido: além de serem fiéis companheiros, os caninos conseguem compreender muito bem os humanos.
Um estudo, feito por pesquisadores da Universidade Eotvos Lorand, de Budapeste, explica porque cães e pessoas se entendem tão bem. Segundo a pesquisa, os animais conseguem distinguir palavras e entonações por meio da mesma região do cérebro humano.
A pesquisa foi divulgada pela revista Science e disseca a forma que os cães interpretam a linguagem humana. Os resultados do estudo apontaram que cachorros, assim como humanos, utilizam o hemisfério direito do cérebro para a entonação e o esquerdo para as palavras.
A sensação de prazer nos cães só ocorre quando palavras de elogio são ditas com a entonação apropriada. Faz sentido, visto que os cachorros não conseguem entender exatamente as palavras ditas por humanos. (Veja também: Conheça o cão que sorri há 12 anos e saiba por que ele faz isso)
Dessa forma, descobriu-se, também, que a mesma região do cérebro dos cães interpreta sons não verbais que correspondem a determinadas emoções. Os barulhos que humanos fazem quando seus caninos agem de forma fofa, por exemplo, são compreendidos pelos animais mesmo sem nenhuma palavra estar envolvida no processo.
O estudo
A pesquisa feita pela Universidade Eotvos Lorand contou com a colaboração de 13 cães. As atividades cerebrais dos animais foram escaneadas enquanto seus donos falavam com eles.
Foi a partir daí que os cientistas puderam testemunhar o funcionamento do cérebro canino, que guarda tantas semelhanças com o humano com relação à interpretação linguística.
Evolução dos cães
Este recurso cerebral, considerado avançado na cadeia de evolução animal, mostra que o progresso dos cães aconteceu muito antes do que os pesquisadores imaginavam. Além disso, a descoberta mostra que compreensões específicas de linguagem não são exclusivas dos humanos. (Top 10: As raças de cachorro mais inteligentes)
Evidentemente, os cães não nasceram sabendo. O progresso em sua compreensão ocorreu porque estão, há muito tempo, convivendo diretamente com seres humanos. A interpretação de significados de palavras e entonações pode se desenvolver nos cérebros de outros animais que não são capazes de falar.
A descoberta não coloca a inteligência humana em cheque, nem em comparação com a compreensão canina. O estudo conclui que a linguagem humana é peculiar justamente pela intenção em seu uso, que nunca é neutro.