8) Almas Gêmeas
Quando Pauline Parker – 16 anos – e Juliet Hulme – 15 anos – se conheceram, uma história de amor se iniciou – ou de terror, dependendo do ponto de vista. Ambas amavam livros, eram obcecadas pelos mesmos atores e planejavam escrever um romance juntas. Pauline confessava todas as suas aventuras com Juliet em seu diário, inclusive seus encontros sexuais. Acontece que nos anos 50, a homossexualidade era considerada uma doença mental e Pauline foi diagnosticada com “lesbianismo”.
O pai de Juliet, Henry Hulme, ficou preocupado com aquela relação supostamente antinatural e a culpa foi colocada, é claro, em Pauline. Pouco tempo depois, a separação dos Hulme é anunciada e Juliet tem sua mudança pra África agendada. Pauline decide ir com ela, mas o plano é frustrado quando sua mãe, Honora Parker, a proíbe de viajar. Foi quando Pauline concluiu que o único obstáculo entre ela e Juliet era a sra. Parker e decidiu matá-la.
Em 22 de junho de 1954, as garotas foram passear no parque Victoria, na cidade de Christchurch, com Honora Parker, onde elas aproveitaram um momento reservado e atacaram a senhora com metade de um tijolo envolto em uma meia – foram necessários 45 golpes de ambas pra finalmente matar Honora Parker e a brutalidade do crime contribuiu para sua notoriedade. Como eram muito jovens pra pena de morte, elas foram condenadas a permanecer presas na graça de Sua Majestade – ou seja, permaneceriam presas a critério do Ministro da Justiça.
Foram libertadas separadamente 5 anos depois e sob a condição de que jamais voltariam a se ver ou comunicar. Pauline Parker se tornou Hilary Nathan e trabalhou como professora e ingressou num convento católico, Juliet Hulme mudou seu nome pra Anne Perry e se tornou uma autora do gênero policial, vendendo mais de 25 milhões de livros sobre assassinato e a história das duas moças inspirou o filme Almas Gêmeas – Heavenly Creatures no original.